Centro MAGIS Burnier realiza segunda etapa do Projeto de Vida

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Vinte jovens do assentamento Irmã Dorothy, localizado em Sobradinho, no Distrito Federal, participaram da segunda etapa do Projeto de Vida nos dias 20 e 21 de julho, em atividade realizada em parceria entre o Centro MAGIS Burnier (CMB) e o Movimento de Educação de Base (MEB).

Antônio Figueroa via Centro MAGIS Burnier

Ser jovem não é fácil, ainda por cima quando a adolescência é vivida diante de diversas vulnerabilidades sociais que parecem limitar os caminhos à felicidade. Em meio aos desafios, contudo, a vida nos direciona por estradas de esperança, principalmente quando arriscamos traçar um Projeto de Vida que leve em consideração não apenas o nosso próprio bem-estar, mas também o bem mais universal dos nossos amigos, familiares e comunidade.
Justamente por isso, vinte jovens do Assentamento Irmã Dorothy Day participaram, nos dias 20 e 21 de julho, da segunda etapa do Projeto de Vida, em atividade realizada em parceria entre o Centro MAGIS Burnier (CMB) e o Movimento de Educação de Base (MEB). Tal atividade também está inserida no escopo da Campanha Ser Mais com os Demais da Província dos Jesuítas do Brasil (BRA), que tem como um dos seus objetivos o acompanhamento das juventudes na ampliação dos seus horizontes de atuação no mundo.

Contemplar a realidade em que vivemos: lentes de esperança

A segunda etapa do Projeto de Vida contou com reflexões aprofundadas acerca da temática “contemplar a realidade em que vivo”. Por meio de dinâmicas como “jogo da vida” e “tribunal do júri”, os(as) adolescentes puderam discutir a realidade concreta que perpassa o momento da adolescência: problemas sociais experimentados no assentamento, acesso aos direitos da cidadania como lazer e educação, racismo e desigualdades, além da esperança em um futuro diferente.
Tudo isso porque, como concluíram os(as) jovens, para mudar a realidade em que se vive é necessário, primeiramente, observá-la atentamente, contemplá-la através das lentes da esperança. Assim, as dinâmicas também ajudaram os(as) adolescentes a entenderem que o olhar de Deus sobre a humanidade é um olhar esperançoso, capaz de animar a todos(as) na construção de um Projeto de Vida que leve em consideração o bem comum.

Com venda nos olhos, os adolescentes foram convidados a contemplar a realidade em que vivem assim como Deus a contempla, isto é, a partir da esperança – Foto: Viviane Eugênio

Ainda sobre contemplar a realidade concreta em que se vive, quando perguntado sobre a importância de participar da atividade do Projeto de Vida, Pietro, adolescente de catorze anos, disse ser necessário “colocar os meus pés no chão para pensar mais no futuro, para viver melhor na minha comunidade”. E Pietro está certíssimo! É somente através da esperança que podemos sonhar como uma vida melhor não apenas para nós mesmos, mas também para toda a comunidade onde vivemos.

Conhecendo e sonhando com a cidade

Outra atividade realizada durante a segunda etapa do Projeto de Vida foi uma pequena caminhada contemplativa saindo do Centro Cultural de Brasília com destino ao Museu Nacional da República. Pelo caminho, os jovens puderam observar uma paisagem que, apesar de muito presente nos telejornais, costuma ser inacessível àqueles da sua realidade.

Adolescentes do Assentamento Ir. Dorothy na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Os pés pisam a realidade dos sonhos – Foto: Viviane Eugênio
Participantes do Projeto de Vida em momento de descontração em frente à Catedral de Brasília – Foto: Viviane Eugênio

A paisagem da política nacional inspirou os(as) adolescentes a sonharem com uma realidade diferente, mas também lhes lembrou que não basta sonhar, apenas. É necessário, também, através do Projeto de Vida individual, dispor dos meios capazes de concretizar as diferentes mudanças que desejamos e, para isso, precisamos conhecer a nós mesmos e aos demais. Por isso, o jovem Carlos Daniel, de dezenove anos, pontuou que o Projeto de Vida “é uma experiência bacana, pois as pessoas me conhecem e eu passo a me conhecer também”.

O que ajuda e o que não ajuda a nossa vida em comum

A união das mãos, em momento de oração comunitária, simboliza aquilo que desejamos para a nossa vida em comum: paz, confiança e fraternidade – Foto: Viviane Eugênio

O Papa Francisco nos ensina, na Encíclica Laudato Si, que “tudo está interligado”. Assim, o final de semana de atividades demonstrou aos(às) jovens que cada um de nós é parte de um quebra-cabeça que se conecta às demais peças que formam a nossa comunidade. Por isso, o Projeto de Vida pessoal de um jovem em concreto pode afetar, positiva ou negativamente, o Projeto de Vida de todo um bairro, de toda uma cidade, de todo um país.

Quebra-cabeça dos Projetos de Vida: todas as vidas estão interligadas – Foto: Viviane Eugênio

Acontece, porém, que para vivermos bem em comunidade, precisamos discernir o que convém e o que não convém na construção da fraternidade, o que ajuda e o que não ajuda ao bem da comunidade. Por meio da dinâmica proposta, em que palavras eram inseridas dentro ou fora do quebra-cabeça que simbolizava a comunidade, os(as) jovens concluíram que “identidades”, “política”, “liberdade” e “valores” são elementos que ajudam a vida em comum, enquanto “aquecimento global”, “desmatamento”, “medo” e “fronteiras” podem nos prejudicar na construção de um futuro cheio de esperança.

A vida em parceria e em amizade: somos pessoas vivendo juntas no mundo

No momento final, os(as) jovens se mostraram unidos e desejosos de continuar traçando os seus Projetos de Vida – Foto: Viviane Eugênio

Os(as) adolescentes encerraram a segunda etapa do Projeto de Vida sentindo-se mais unidos e parceiros. Como atividade final, foi proposto que cada grupo gravasse um vídeo relatando, a partir das observações pessoais da sua própria realidade, quais problemas sociais desejam ver transformados. Alexandre, de 14 anos, relatou que gostaria de trilhar um Projeto de Vida que “acabasse com a fome, pois quero sempre ajudar as pessoas de uma forma melhor”. Já Marielle, educadora popular, disse que deseja “acabar com a violência contra as mulheres e contra os moradores de rua”, enquanto Juan, adolescente que participa das atividades do MEB, disse que também se preocupa com a violência em sua comunidade, e que “o final de semana do Projeto de Vida me deixou mais feliz e animado para pensar na minha vida”.
Daniel, uma das lideranças do MEB e educador popular, reforçou que, a partir da experiência do final de semana, percebeu que os(as) adolescentes ficaram mais unidos e amigos e relatou, também, que a segunda etapa do Projeto de Vida auxiliou os(as) jovens a enxergarem “novos horizontes para que possam se conhecer e se perceber e, a partir disso, ser protagonistas na sociedade na realidade em qual estão inseridos”.
No mesmo sentido, antes do almoço que encerrou o encontro, o Ir. Ubiratan Costa, SJ, diretor do Centro MAGIS Burnier, conversou com os(as) participantes acerca da importância de se valorizar a experiência do Projeto de Vida, tendo em vista que este pode ser uma ferramenta imprescindível para a superação de desafios pessoais e sociais, sendo necessário, também, reconhecer o esforço dos educadores e educadoras populares do MEB para que a atividade fosse realizada com sucesso.

Continuidade do Projeto de Vida

A subida dos adolescentes no ônibus que os levou de volta ao Assentamento Irmã Dorothy, em Sobradinho/DF, não foi um momento final de despedida. Isso porque a terceira etapa do Projeto de Vida já está marcada para acontecer entre os dias 31 de agosto e 1º de setembro, oportunidade na qual todos e todas poderão aprofundar temáticas como desejos, afetos e capacidades pessoais para efetivar as escolhas tomadas em seus Projetos de Vida, escolhas essas que sempre devem ser orientadas ao bem comum.
Assim, a parceira firmada entre o Centro MAGIS Burnier e o Movimento de Educação de Base continuará a impactar a vida dos(as) jovens do Assentamento Irmã Dorothy, fazendo valer a Campanha Inter-redes Ser Mais com os Demais através do acompanhamento concreto de adolescentes animados para a construção de um mundo mais humano e fraterno.

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